sexta-feira, 26 de abril de 2024

Os 61 mil milhões de dólares de Biden e a repressão do recrutamento de Kiev…

Os ucranianos estão a fugir do banho de sangue da NATO, não a Rússia

Strategic Culture Foundation | editorial | # Traduzido em português do Brasil

Os ucranianos não estão a fugir da agressão russa. Estão a fugir do horrível regime parasitário ucraniano e do banho de sangue que a NATO desencadeou.

Esta semana, o presidente dos EUA, Joe Biden, proclamou a aprovação pelo Congresso de 61 mil milhões de dólares em ajuda militar adicional à Ucrânia como “um bom dia para a paz mundial”. A exaltação de Biden é macabra. A obscenidade é que mais ucranianos serão sacrificados pelo imperialismo ocidental e pelo seu brutal regime neo-nazi em Kiev.

A narrativa cínica e sem noção dos meios de comunicação ocidentais é que uma Ucrânia democrática, amante da liberdade, está a lutar bravamente contra a agressão russa. Os homens ucranianos estão, de acordo com este conto de fadas, a lutar corajosamente para defender o seu país e para salvar o resto da Europa da invasão russa.

É por isso que o Congresso dos Estados Unidos aprovou esta semana um projeto de lei para enviar mais 61 mil milhões de dólares em ajuda militar à Ucrânia. O Presidente Biden tem apelado desesperadamente ao Congresso para que tome uma posição ao lado da Ucrânia para derrotar a agressão russa. Os aliados da América na NATO também reiteraram o mesmo mantra absurdo.

A maioria das pessoas que vivem fora da câmara de eco da mídia ocidental sabe que esta representação é uma bobagem total, para usar um dos bordões favoritos de Biden.

Hamas trabalha na emboscada para a IOF em Rafah -- diz ex-Major General de Israel

Al Mayadeen | mídia israelita | # Traduzido em português do Brasil

O ex-major-general das forças de ocupação israelenses, Israel Ziv, disse que o Hamas está trabalhando em uma emboscada estratégica para a IOF, o que constituiria um "desastre para Israel".

O ex-major-general das forças de ocupação israelenses, Israel Ziv, abordou a possível invasão terrestre em Rafah em um comunicado à imprensa.

Ele afirmou que o Hamas estava a trabalhar numa emboscada estratégica para a IOF, o que constituiria um "desastre para Israel", acrescentando que a invasão de Rafah representa um risco elevado, superior a tudo o que a IOF fez em Gaza, dado o facto de Rafah ser um lugar muito movimentado e difícil de combater, bem como a sensibilidade dos EUA e do Egipto em relação a isso. 

Facções da Resistência Palestina: Preparadas para o cenário de invasão de Rafah

As facções da Resistência Palestiniana afirmaram numa declaração conjunta em 25 de Abril que a Resistência está toda preparada para qualquer cenário possível na agressão israelita em curso na Faixa de Gaza, incluindo uma invasão terrestre de Rafah, a cidade mais meridional do território sitiado. 

Na sua declaração, as facções enfatizaram que “não ficarão de braços cruzados”, pois “todas as opções [para a escalada] estão sobre a mesa”, alertando contra as consequências catastróficas e humanitárias de qualquer agressão terrestre em Rafah, que acolhe mais de 1,4 milhões de palestinos deslocados.

As facções palestinianas responsabilizaram totalmente a administração do presidente dos EUA, Joe Biden, e os governos ocidentais por qualquer invasão israelita de Rafah, uma vez que o apoio ocidental a "Israel" é contínuo, apesar da violação de múltiplas convenções e leis internacionais pela ocupação.

No mesmo contexto, as facções apelaram às massas palestinianas nas cidades da Cisjordânia para "se levantarem veementemente" em protesto contra as ameaças israelitas de invadir Rafah.

“Apelamos ao nosso povo para que transforme a Cisjordânia numa bola de fogo diante dos colonos e soldados israelitas”, pedia o comunicado. 

Além disso, as facções palestinianas afirmaram que a guerra genocida israelita não restauraria os militares derrotados da ocupação.

Vice-ministro saudita visitará o Irão em breve

Islam Times - O vice-ministro das Relações Exteriores da Arábia Saudita, Waleed Al-Khuraiji, viajará para Teerã em breve, anunciou Abdullah bin Saud al-Anzi, embaixador saudita no Irã.

O enviado saudita fez as observações numa entrevista ao Alsharq, dizendo que uma delegação da Organização Saudita para o Desenvolvimento das Exportações virá ao Irão na próxima semana para participar na Expo 2024 do Irão.

Mohammad Al-Otaibi será nomeado o novo Cônsul Geral da Arábia Saudita. em Mashahd, disse também o enviado saudita, acrescentando que a sua missão provavelmente começará nas próximas duas semanas.

Em algum lugar de seus comentários ele disse: "Espera-se que 6.000 peregrinos iranianos irão a Meca para a peregrinação da Umrah nos próximos dias e antes do início da temporada do Hajj."

# Traduzido em português do Brasil

XI ENCONTRA-SE COM BLINKEN

A China espera que os EUA possam ver o seu desenvolvimento de uma forma positiva

Chen Qing Qing e Ma Ruiqian | Global Times | # Traduzido em português do Brasil

O presidente chinês, Xi Jinping, reuniu-se com o secretário de Estado dos EUA, Antony Blinken, na sexta-feira, em Pequim. Xi disse que a China está disposta a cooperar com os EUA, mas a cooperação deve ser uma via de mão dupla. 

A China está feliz em ver os EUA confiantes, abertos, prósperos e prósperos, e espera que os EUA também possam olhar para o desenvolvimento da China de uma forma positiva, disse Xi. 

"Esta é uma questão fundamental que deve ser abordada, tal como o primeiro botão de uma camisa que deve ser corrigido, para que a relação China-EUA se estabilize verdadeiramente, melhore e avance", disse Xi.

A China está disposta a cooperar com os EUA, mas a cooperação deve ser uma via de mão dupla, observou Xi. “A China não tem medo da concorrência, mas a competição deve ser uma questão de progresso comum e não um jogo de soma zero.”

Xi disse que a China está comprometida com o não-alinhamento e que os EUA não devem formar pequenos círculos, acrescentando que ambos os lados podem ter os seus próprios amigos e parceiros e devem abster-se de atacar, opor-se ou prejudicar-se mutuamente.

Necessário para nutrir expectativas positivas para as relações China-Europa

Global Times, editorial | # Traduzido em português do Brasil

Embora a interacção entre a China e a Europa seja frequente e a atmosfera esteja a aquecer, a complexidade da relação bilateral também se torna mais evidente. A recente visita do chanceler alemão Olaf Scholz à China demonstrou a essência da cooperação mutuamente benéfica entre a China e a Alemanha, bem como entre a China e a Europa, e a China manteve conversações e consultas políticas nestes dias com o ministro húngaro dos Negócios Estrangeiros e o diretor-geral da Política e Segurança. assuntos do Itamaraty, mantendo a comunicação estratégica sobre questões de interesse comum. As relações China-Europa mantiveram uma dinâmica de estabilidade e progresso. No entanto, a invasão súbita da União Europeia aos escritórios de empresas chinesas na Europa e a investigação sobre o acesso da China ao mercado de aquisição de dispositivos médicos, bem como as informações falsas sobre "ameaças de espionagem chinesa" emergentes em alguns países europeus, estão a alimentar uma onda de difamação sob a bandeira da “ameaça chinesa” em múltiplas frentes, desde fricções comerciais até acusações de espionagem.

Até certo ponto, isto reflecte o desempenho da Europa nas questões relacionadas com a China nos últimos anos. Sempre que a relação China-Europa está a melhorar e a estabilizar, há sempre forças perturbadoras significativas a emergir de dentro da Europa quase ao mesmo tempo. Por exemplo, quando as forças que esperam desenvolver uma cooperação prática com a China impulsionam as relações bilaterais, outros grupos de interesse ou forças anti-China sob o pretexto de "reduzir a dependência da China" criariam problemas para a China no comércio. Quando a China e a Europa aumentam a confiança política mútua através da comunicação e da interacção, há forças que utilizam alegações infundadas de "espiões chineses" e de "infiltração chinesa" para alimentar o medo entre o público europeu. Isto está relacionado com os diferentes grupos de interesse na Europa e com as suas expressões de exigências, e é também uma manifestação tangível da crescente diversificação da política europeia.

Angola | O CORONEL DO COMUNICADO -- Artur Queiroz

Artur Queiroz*, Luanda

Um amigo e camarada de profissão fez-me chegar um comunicado de guerra assinado pelo coronel reformado Matadi Daniel, também médico nefrologista, onde me acusa de coisas muito, muito graves. Ofensas. Um golpe nos rins! Mesmo que fosse lido pelo Comandante Juju fazendo o ponto da situação das agressões estrangeiras contra Angola, não me intimidava. 

O Savimbi ameaçou-me aos microfones do Rádio Clube da Huíla. Quando chegarmos a Luanda o Artur Queiroz vai levar! Ainda cá ando e o Jonas, bufo do irmão Cordeiro no Colégio dos Maristas no Cuito, marchou. Soldados zairenses com elementos das BJR foram a minha casa para me eliminarem. Muitos desses sicários já marcharam e eu ainda cá ando. 

Um pobre diabo, bêbado da valeta, no seu Morro da Maianga agredia-me a torto e a direito. Nunca lhe dei troco. A sua actividade criminosa resvalou na couraça da minha indiferença. Os avençados do chefe Miala tentam tudo e mais alguma coisa para me intimidarem. Loucura! Se eu fosse intimidável nunca teria ido para o Jornalismo. 

Uma empresa para a qual trabalhei deve-me vários meses de trabalho efectivamente prestado. Devia pagar-me uma pensão de reforma desde 1 de Janeiro de 2018. Não cumprem. É lá com eles. No fim é que se fazem as contas e o jogo ainda está a meio. Até 2027 muita coisa pode acontecer.

Minhas amigas e amigos, com quem troco mensagens diárias, fiquem tranquilos. Continuo de pé e assim vou continuar. De rastos andam os vendidos. Os violadores dos Direitos Humanos. Os que estão a destruir o MPLA a soldo do estado terrorista mais perigoso do mundo.

Angola | Dona Chica Ajoelhou e Abraçou – Artur Queiroz

Artur Queiroz*, Luanda

Bonito, mesmo muito bonito foi ver Dona Francisca Van-Dúnem abraçar e perdoar na Televisão Pública de Angola, feudo do chefe Miala. Tão inimigos que eles eram e amigos do peito são agora! Os familiares de Sita Vales e seu maridão José ficaram furiosos quando receberam ossadas em vez de muito dinheiro. Numa conferência de imprensa em Lisboa denunciaram coisas terríveis: A CIVICOP entregou ossos errados dos seus familiares que participaram no golpe militar do 27 de Maio de 1977. Vigaristas! Malandros! Nunca mais vos damos confiança. 

Desde então silêncio sepulcral. O Carlos Pacheco, nadador e historiador da Carochinha, escreve sobre culinária vegan. Dona Chica goza as delícias de reformada do Poder Judicial e do Poder Político. Bem merece. Pessoas de alto nível garantem-me que é uma grande profissional. Muito acima de excelente. O irmão de Sita Vales perdeu o pio. Atirou com o pau ao gato mas o bicho não morreu eu, eu, eu. Dona Chica assustou-se com lo berro que o gato deu! 

Na Grande Entrevista da TPA Dona Chica disse algo que fez tremer o chefe Miala e o soba grande. A corrupção é um crime. Tem que ser combatido sem hesitações: “Não podemos ter preconceitos relativamente ao combate à corrupção. Mas deve ser combatida com meios lícitos. O que temos realmente na corrupção é uma maior dificuldade na aquisição da prova, mas é um crime que deve ser combatido com os meios previstos na Constituição da República e no Código de Processo Penal”.  

Grande maka! O combate à corrupção em Angola violou gravemente a Constituição da República porque tinha como respaldo legal o Decreto Presidencial número 69/21, de 16 de Março, atirado para o lixo pelo Tribunal Constitucional quando o apreciou a pedido da Ordem dos Advogados de Angola. Porquê? “Ao atribuir aos Tribunais o direito à comparticipação pelos activos financeiros e não financeiros, por si recuperados, ficam, desde logo, maculados os princípios da isenção e da independência dos juízes e dos Tribunais, bem como o direito fundamental a julgamento justo e conforme à Lei”.

Revolução dos Cravos em Portugal deu fim a regime com ligações no Brasil

Matheus Gouvea de Andrade | Deutsche Welle | # Publicado em português do Brasil

O Salazarismo influenciou movimentos políticos no Brasil e o usou o país como um exemplo do "bom colonialismo" português. Mesmo após fim da ditadura, Portugal permaneceu em silêncio sobre passado colonial.

Em 25 de abril de1974, a Revolução dos Cravos derrubava em Portugal o regime conhecido como Estado Novo. Iniciado em 1933, o regime, também chamado de salazarismo, possuía grande ligações com o Brasil, influenciando até movimentos políticos na antiga colônia. Hoje, 50 anos após o fim da ditadura portuguesa, o tema é alvo de fortes discussões em um momento no qual amplos setores da sociedade pressionam para que Portugal revisite seu passado.

O Estado Novo português é com frequência comparada com o período homônimo brasileiro, sob o comando de Getúlio Vargas, entre 1937 e 1945, incluindo a arquitetura de ambos na época. Segundo o professor do Departamento de História da Universidade de São Paulo (USP) Francisco Carlos Palomanes Martinho, a característica fundamental em comum dos dois governos é o corporativismo.

"São regimes com pendor autoritário e antiliberal, que contavam com um modelo de interesses a partir do Estado. Havia uma estrutura verticalizada com grande controle dos sindicatos", afirma. Por outro lado, o professor lembra que, no caso do português, o papel da Igreja Católica, um dos pilares do salazarismo, foi bem mais importante que no regime de Vargas.

Neste contexto, ganhou força o movimento integralista brasileiro, comandado por Plínio Salgado, que foi retomado por setores políticos brasileiros nos últimos anos. O professor de História da Universidade Estadual do Oeste do Paraná Gilberto Grassi Calil aponta que o salazarismo e o integralismo brasileiro faziam parte do mesmo campo ideológico do fascismo internacional ascendente nas décadas de 1920 e 1930.

Com o rompimento entre os integralistas e Vargas e a fracassada "intentona integralista" de maio de 1938, Salgado se exilou em Portugal e reforçou seus laços com o salazarismo, proferindo conferências e colaborando com a imprensa vinculada ao regime e à Igreja Católica, aponta Calil.

"A identificação de Salgado com o salazarismo se deu pela camada ideológica. Vale destacar a profunda vinculação entre a Igreja Católica e a ditadura salazarista e o aprofundamento dos vínculos de Salgado com diversos membros da posição católica", pontua o professor.

Outra influência retomada na política brasileira recentemente é o lema "Deus, Pátria e Família", usado pelo salazarismo a partir dos anos 1930, e propagado pelo ex-presidente Jair Bolsonaro. Segundo Calil, "é um lema tipicamente fascista", que conta com "forte apelo emocional". O professor destaca que "cada um de seus termos interpela seus adeptos a um combate em defesa de valores assumidos como inegociáveis".

Abril inteiro (esta newsletter não foi visada por qualquer comissão de censura)

PORTUGAL DO ABRIL INTEIRO

David Dinis, diretor-adjunto | Expresso Curto

Neste dia, por esta hora, os jornais portugueses de há 50 anos já mostravam nas bancas os títulos de uma revolução. Alguns, como a República, carimbavam uma mudança histórica com a frase que lhe deixei no título: “Este jornal não foi visado por qualquer comissão de censura”, uma frase que dizia mais do que o que deixava ler. Não era apenas a DGS que já não impedia os jornalistas de descrever o país real, mesmo o escondido. Eram os jornalistas que avisavam que, fosse qual fosse o caminho final daquele 25 de Abril, não aceitariam voltar ao ponto de partida.

Hoje, cabe-me o privilégio de lhe contar como a celebração dos 50 anos de Abril foi muito mais do que um pró-forma, como parecia encaminhar-se para ser quando eu próprio comecei a descer a Avenida da Liberdade, alguns anos atrás no tempo. Foi “um desfile sem princípio nem fim", com um mar de gente tão incontável que fez com que Elvira Gonçalves nos atirasse, feliz, um saudoso “isto parece o 1.º de Maio de há 50 anos”. Eu não sei, porque não tinha nascido ainda. Mas Elvira estava e foi com a mãe – a primeira vez que puderam gritar a plenos pulmões a liberdade e ouvir quem não fazia reverência ao poder político. ”Acredite em mim, eu estive lá”, jurou ela à minha colega Rita Ferreira, que fez um título tão verdadeiro desta descida da Avenida de ontem: Abril fez-se inteiro na Avenida.

Inteiro. A palavra não nos diz, com rigor, que estivesse Portugal todo ali, nem que Abril se tivesse, num passe mágico, tornado unânime. Quer dizer que havia um mar de gente, de sorrisos largos e passagem apertada. Que havia gente de todas as cores, de tantas nacionalidades quantas Abril comporta. E que estava lá – talvez como nunca antes – gente de esquerda e de direita, de braços dados e abraços apertados.

Mas Abril foi também inteiro no Parlamento, horas antes. A cerimónia tradicional trouxe o que Abril permitiu: um Presidente que trocou a política pela história, tentando reconciliar todos com todos; uma direita que criticou Marcelo, trocando críticas e concordando com os festejos do 25 de Novembro; uma esquerda em alerta para o risco de retrocesso, apontando a arma maior da democracia (a palavra) aos “novos e velhos inimigos” da democracia.

Inteiro, pois. Porque de Abril nasceu a divergência antes proibida.

Ou, como disse José Pedro Aguiar-Branco, o novo presidente de um Parlamento que acaba de viver a alternância (também antes impensável), agora “há a certeza de que a diferença exige mais de nós, que soma e acrescenta. Isso é sabedoria e bom senso”. Podia ter sido o epitáfio. Mas como aquele dia, há 50 anos e um dia nos ensinou, é só o primeiro dia do resto das nossas vidas.

PÁTRIA, A FICÇÃO. REALIDADE PARA QUE CAMINHAMOS. A ANIQUILAÇÃO DA DEMOCRACIA

PÁTRIA – trailer do filme. Pesquise e veja

Filme português "Pátria" estreou nos cinemas em 2023.

É uma fição que imagina uma sociedade totalitária, onde são legitimados os movimentos neonazis que ajudam a impor a ordem.

O filme português "Pátria", do realizador Bruno Gascon é um filme que alerta para o que está a acontecer na Europa.

"Pátria" é uma distopia realista e estreia nos cinemas.

PG com RTP | YouTube

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POLÉMICA: EM BUSCA DA SOBERANIA PERDIDA

A globalização está em crise. Direita deu-se conta e evoca ideia de nação que se liga a Propriedade, Privilégio e (falsa) Segurança. Esquerda demora-se, porque não enxerga as possibilidades de uma luta do povo contra o capital e suas misérias

Fernando Marcelino* | Outras Palavras | # Publicado em português do Brasil

O historiador Eric Hobsbawn apontava que o os governos dos Estados-nações e Estados territoriais modernos apoiam-se em três presunções: primeiro que tenham mais poder do que qualquer outra unidade que opere em seus territórios; segundo, que os habitantes dos seus territórios aceitem mais ou menos de bom grado sua autoridade; e terceiro, que eles possam proporcionar aos habitantes serviços que de outra maneira não poderiam ser prestados com efetividade, como a manutenção da lei e da ordem. Por mais de duzentos anos, até o final da década de 1970, a ascensão do Estado moderno deu-se de forma contínua e independentemente da ideologia e da organização política. Nos últimos quarenta anos, a tendência se inverteu. O Estado neoliberal abandonou muitas de suas atividades diretas tradicionais. O Estado territorial perdeu o monopólio da força armada, da estabilidade e do poder. Ao minar a influência do Estado na condução da sociedade, o (neo)liberalismo passou a desmontar o aparelho estatal, privatizando suas funções para o mercado ou simplesmente retirando-o da responsabilidades antes estratégicas, como o uso legítimo da violência, política monetária e cambial, política externa, energia, infra-estrutura, indústria, serviços de saúde e educação e cultura (HOBSBAWN, 2007).

O conceito de soberania, tal qual o entendemos desde alguns séculos, vem sofrendo uma série de questionamentos, dadas as numerosas variáveis que o colocam em xeque a cada momento, na atualidade. Tais variáveis são tanto de ordem política, econômica, cultural, tecnológica e mesmo natural. Vários elementos contribuíram para a mudança do Estado moderno para o Estado contemporâneo e a consequente alteração no conceito de soberania. O primeiro é o surgimento de novos atores internacionais, como as organizações internacionais, empresas transnacionais e as organizações não-governamentais (ONGs). Outro elemento que afronta a soberania individual do Estado é o desenvolvimento do direito internacional, que impõe normas que buscam regular as relações internacionais, inclusive dentro do âmbito estatal quando da proteção de direitos dos cidadãos, como os direitos humanos. O Estado nacional perde o monopólio da soberania jurídica, tendo que conviver com uma série de atores como escritórios jurídicos, ONGs, instituições internacionais e nações hegemônicas. Um terceiro elemento é a internacionalização do processo de elaboração de decisões políticas. Com o crescimento das novas formas de associações políticas, há uma rápida expansão dos vínculos transnacionais, crescente interpenetração da política externa na doméstica e o desejo da maioria dos Estados em possuir uma forma de governo e regulação internacional que possa afrontar os problemas políticos coletivos. Um quarto elemento são os poderes hegemônicos e estruturas de segurança internacional, que se contrapõem com a idéia de Estado como um ator militar e estrategicamente autônomo no desenvolvimento do sistema global de Estados.

A Alemanha como dano colateral na nova guerra fria americana

Michael Hudson [*]

O desmantelamento da indústria alemã desde 2022 é um dano colateral na guerra geopolítica dos Estados Unidos para isolar a China, a Rússia e os países aliados cuja crescente prosperidade e auto-suficiência é vista como um desafio inaceitável à hegemonia dos Estados Unidos. Para se prepararem para o que promete ser uma luta longa e dispendiosa, os estrategas dos EUA fizeram uma jogada preventiva em 2022 para afastar a Europa das suas relações comerciais e de investimento com a Rússia. De facto, pediram à Alemanha que cometesse suicídio industrial e se tornasse uma dependência dos EUA. Isso fez da Alemanha o primeiro e mais imediato alvo da Nova Guerra Fria americana.

Ao tomar posse em janeiro de 2021, Joe Biden e a sua equipa de segurança nacional declararam a China como o inimigo número um da América, vendo o seu êxito económico como uma ameaça existencial à hegemonia dos EUA. Para evitar que as suas oportunidades de mercado atraíssem a participação europeia à medida que construía a sua própria defesa militar, a equipa de Biden procurou prender a Europa à órbita económica dos EUA como parte do seu esforço para isolar a China e os seus apoiantes, na esperança de que isso perturbasse as suas economias, criando pressão popular para que renunciassem às suas esperanças de uma nova ordem económica multipolar.

Esta estratégia exigiu sanções comerciais europeias contra a Rússia e ações semelhantes para bloquear o comércio com a China, a fim de evitar que a Europa fosse arrastada para a esfera de prosperidade mútua emergente centrada na China. Para se prepararem para a guerra entre os EUA e a China, os estrategas americanos procuraram bloquear a capacidade da China de receber apoio militar russo. O plano era esvaziar o poder militar da Rússia, armando a Ucrânia para atrair a Rússia para uma luta sangrenta que poderia provocar uma mudança de regime. A esperança irrealista era que os eleitores se ressentissem da guerra, tal como se tinham ressentido da guerra no Afeganistão que ajudou a acabar com a União Soviética. Nesse caso, poderiam substituir Putin por líderes oligárquicos dispostos a seguir políticas neoliberais pró-EUA semelhantes às do regime de Ieltsin. O efeito foi exatamente o oposto. Os eleitores russos fizeram o que qualquer população sob ataque faria:   Uniram-se em torno de Putin. E as sanções ocidentais obrigaram a Rússia e a China a tornarem-se mais auto-suficientes.

Este plano dos EUA para uma Nova Guerra Fria global alargada tinha um problema. A economia alemã estava a gozar de prosperidade, exportando produtos industriais para a Rússia e investindo nos mercados pós-soviéticos, ao mesmo tempo que importava gás russo e outras matérias-primas a preços internacionais relativamente baixos. É axiomático que, em condições normais, a diplomacia internacional siga os interesses nacionais. O problema para os guerreiros frios dos EUA era como persuadir os líderes alemães a tomar a decisão pouco económica de abandonar o seu comércio lucrativo com a Rússia. A solução foi fomentar a guerra com a Rússia na Ucrânia e na Rússia e incitar a russofobia para justificar a imposição de um vasto conjunto de sanções que bloqueassem o comércio europeu com a Rússia.

Austeridade na UE: Como os burocratas europeus servem interesses económicos dos EUA

Mais uma vez, a burocracia europeia faz jus ao ditado de que “o que nasceu torto, tarde ou nunca se endireita”.

Hugo Dionísio* | Strategic Culture Foundation | # Traduzido em português do Brasil

Mais uma vez, a burocracia europeia faz jus ao ditado de que “o que nasceu torto, tarde ou nunca se endireita”. É o caso da União Europeia, que se construiu como resposta política a uma realidade que já não existe – o bloco socialista – e que, confrontada com a ausência da sua força vital, embarcou num errático processo de alargamento, visava sobretudo provocar a Rússia, criar as condições para a expansão da NATO e responder à crescente necessidade dos monopólios de novos mercados e novas fontes de mão-de-obra qualificada e barata, como é o caso na Europa de Leste.

Neste quadro e em resposta às mesmas necessidades, a UE reedita mais uma vez uma receita já amplamente conhecida pelos povos do Sul. Embora haja um reconhecimento generalizado de que os critérios orçamentais contidos no Pacto de Estabilidade e Crescimento constituem um estrangulamento ao investimento público e são responsáveis ​​pela visão de curto prazo que deixou os Estados-Membros reféns do autoritarismo financeiro de Bruxelas, num momento em que o O bloco europeu está a perder cada vez mais terreno para as economias com as quais tem de competir, o poder supranacional não eleito da UE propõe mais uma vez, desta vez a todos os europeus, algo em que nenhum destes povos alguma vez votaria: austeridade para o próximos quatro anos (pelo menos).

O que surge no horizonte, sem qualquer discussão nacional aprofundada, depois de aprovado pelo Conselho e pelo Parlamento Europeu, é um pacote de austeridade global, à escala europeia, aplicável a quase todos os países da União, que foi dado o pomposo nome de “Novo Quadro de Governação Económica” e que se baseia em instrumentos como a “Análise da Sustentabilidade da Dívida” e os “Planos Fiscais Específicos” por estado membro, que serão desenvolvidos no quadro de um período de ajustamento de 4 anos, que pode ser alargado para 7. Se o Pacto de Estabilidade não foi suficiente para levar a maioria dos países à austeridade, desta vez a autocracia da UE está a trabalhar para não deixar ninguém para trás. Cada país deve pôr fim a todas as provas ou memórias de que um Estado social já funcionou com enorme sucesso.

É por isso que temos que dizer que “está a dar jeito”! Numa altura em que os países deveriam investir de forma absolutamente decisiva na industrialização, na inovação e na conquista de um lugar no topo da futura cadeia tecnológica, como estão a fazer a China e a Rússia e os EUA estão a endividar-se brutalmente, o que fazem os contabilistas em Bruxelas Decidir fazer? Adiar a corrida, pondo em causa as metas que eles próprios estabeleceram para 2030 e 2050.

quinta-feira, 25 de abril de 2024

As relações complexas de Israel com o Irão

Thierry Meyssan*

Se a retórica dos mullahs é claramente anti-israelita, as relações entre os dois países são muito mais complexas do que se crê. Existem, com efeito, dois grupos opostos no Irão. Um entende fazer negócios por todos os meios com o resto do mundo, enquanto o outro ambiciona apenas libertar os povos da colonização. O primeiro não parou de fazer negócios com Israel, enquanto o segundo o combate, ao mesmo nível da luta contra o imperialismo do Reino Unido e dos Estados Unidos.

O conflito entre Israel e o Irão é distinto daquele que opõe a população árabe da Palestina aos imigrantes judaicos. Contrariamente a uma ideia feita, os Persas nunca foram inimigos dos judeus. Aliás, durante a Antiguidade foi Ciro o Grande que permitiu aos judeus sair da Babilónia onde estavam presos como escravos.

Após a Segunda Guerra mundial, quando os Estados Unidos se apoderam dos restos do Império britânico, o Presidente norte-americano Dwight Eisenhower reorganizou o Médio-Oriente. A fim de o dominar, ele designou duas potências regionais para o representar, o Irão e Israel. Desde então, os dois países foram simultaneamente amigos e rivais.

Eisenhower, enviou o seu Secretário de Estado, John Foster Dulles (o irmão do Director da CIA, Alan Dulles), à Síria para organizar uma aliança irano-síria a fim de conter as ambições israelitas. Um tratado de defesa mútua foi assinado entre Damasco e Teerão, em 24 de Maio de 1953. À época, o Presidente sírio, o General Adil Chicakli, era pró-britânico e anti-francês. Este Tratado perdura até hoje [1].

Ao mesmo tempo, o Reino Unido entrou em conflito com o Primeiro-Ministro do Xá Reza Pahlevi, Mohammad Mossadegh, que entendia nacionalizar a exploração do petróleo. Com a ajuda dos Estados Unidos, Londres organizou uma Revolução colorida («Operação Ajax») [2] . Milhares de pessoas foram pagas pelo MI6 e pela CIA para protestar nas ruas e derrubar Mossadegh. Respondendo ao « apelo » do seu povo, o soberano mudou o seu Primeiro-Ministro designando em seu lugar o General nazi Fazlollah Zahedi [3].

EUA enviaram secretamente 100 mísseis balísticos tácticos ATACMS para a Ucrânia

South Front | # Traduzido em português do Brasil

Os Estados Unidos entregaram mísseis balísticos táticos ATACMS de “longo alcance” à Ucrânia no início deste mês, seguindo uma diretiva do presidente Joe Biden, anunciou o Pentágono em 24 de abril.

O MGM-140 é um míssil balístico tático que pode ser disparado do sistema de foguetes de lançamento múltiplo M270 (MLRS) e do sistema de foguetes de artilharia de alta mobilidade M142 (HIMARS), ambos já em serviço nas forças de Kiev.

O presidente Biden aprovou secretamente a transferência dos mísseis em fevereiro para uso dentro do território ucraniano, disse o porta-voz do Pentágono, tenente-coronel Garron Garn, acrescentando que os mísseis foram então discretamente incluídos no pacote de ajuda de 300 milhões de dólares anunciado em 12 de março e finalmente entregues à Ucrânia no início deste ano. mês.

“Não foi anunciado que estamos a fornecer à Ucrânia esta nova capacidade no momento, a fim de manter a segurança operacional da Ucrânia a seu pedido”, disse Garn.

ISRAEL CONTRA-ATACA CONTRA O IRÃO

South Front | # Traduzido em português do Brasil

Israel lançou um ataque ousado contra o Irão, mas não conseguiu dissuadir o país ou qualquer um dos seus aliados no Médio Oriente.

O ataque de 19 de abril ocorreu em resposta aos ataques iranianos com mísseis e drones de 13 a 14 de abril contra Israel, que foi uma retaliação a um ataque israelense à embaixada iraniana na capital síria, Damasco, no início do mês.

A mídia iraniana relatou a interceptação de pelo menos três pequenos drones sobre a Oitava Base Aérea de Shekari, perto da cidade de Isfahan.

Além dos drones, que teriam sido lançados de dentro do Irão, os militares israelitas usaram três mísseis balísticos nunca antes vistos lançados do ar na base aérea. Os primeiros estágios dos mísseis caíram no centro do Iraque.

Os ataques israelenses atingiram vários locais de defesa aérea no sul da Síria durante o ataque, levando à especulação de que aviões de guerra israelenses lançaram seus mísseis de alguma área ao longo da fronteira do país com a Jordânia ou o Iraque.

BLOG DE GAZA - Hamas - Pronto para uma trégua de 5 anos

Ataques israelenses a Rafah, Nuseirat | Todos os Olhos em Rafah – Dia 202

Pela equipe do Palestine Chronicle | # Traduzido em português do Brasil

As forças israelitas mataram e feriram dezenas de palestinianos em novos ataques, visando Rafah e Nuseirat, no sul e centro da Faixa de Gaza.

As facções palestinianas alertaram para as repercussões catastróficas de uma invasão israelita de Rafah, observando que os Estados Unidos e a comunidade internacional seriam responsáveis ​​por isso. 

O alto funcionário do Hamas, Khalil Al-Hayya, disse à Associated Press que o grupo está disposto a concordar com uma trégua de cinco anos e se converteria em um partido político se um estado palestino independente fosse estabelecido. 

De acordo com o Ministério da Saúde de Gaza, 34.305 palestinos foram mortos e 77.293 feridos no genocídio em curso de Israel em Gaza, iniciado em 7 de outubro.

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ULTIMAS ATUALIZAÇÕES

Quinta-feira, 25 de abril, 18h15 (GMT+2)

BRIGADAS DE AL-QASSAM: Bombardeamos um novo local de vigilância e espionagem no centro de Gaza.

HEZBOLLAH: Alvejamos o quartel Zabdin nas Fazendas Shebaa libanesas ocupadas com armas de mísseis e conseguimos um ataque direto.

AVIGDOR LIEBERMAN: O governo pede para adiar a consideração da lei de recrutamento, apesar da importância do serviço militar.

REUTERS: A Grã-Bretanha incluiu 6 novos indivíduos e entidades no regime de sanções ao Irão, observando que as sanções britânicas visam indivíduos e entidades no sector da defesa.

PAÍSES BAIXOS: A Ministra da Defesa holandesa, Kaisa Ollongren, expressou ao seu homólogo israelita, Yoav Gallant, a preocupação do seu país sobre o planeado ataque a Rafah, sublinhando que “é necessário um cessar-fogo imediato em Gaza e a libertação dos reféns para evitar mais sofrimento”.

REUTERS: O Departamento do Tesouro dos EUA disse que Washington decidiu impor novas sanções relacionadas ao Irã, sem mais detalhes.

ABDUL-MALIK AL-HOUTHI: As nossas operações militares continuam e procuramos expandi-las.

Gaza | 'Sinais de Tortura' – 392 corpos encontrados em valas comuns no Hospital Nasser

Pela equipe do Palestine Chronicle | # Traduzido em português do Brasil

Durante a conferência de imprensa, um responsável da defesa civil partilhou um vídeo das vítimas com sinais de tortura evidentes nos seus corpos, algemados com correias de plástico.

As equipes da Defesa Civil de Gaza descobriram os corpos de 392 pessoas enterradas em valas comuns no Hospital Nasser em Khan Yunis, no sul da Faixa de Gaza.

“As equipas de defesa civil desenterraram 392 corpos das valas comuns”, disse Yamen Abu Sulaiman, chefe da agência de defesa civil de Gaza, numa conferência de imprensa na cidade de Rafah, no sul, na quinta-feira, informou a agência de notícias Anadolu.

Os corpos de crianças estavam entre as vítimas.

“Não sabemos a razão da presença de corpos de crianças em valas comuns no hospital”, disse Abu Sulaiman.

Ele também disse que evidências de tortura foram encontradas em alguns corpos.

O Arquiteto da Limpeza Étnica de Israel

À medida que se desenrola o ataque genocida de Israel a Gaza, o espectro de Yosef Weitz continua vivo, escreve Stefan Moore.

Stefan Moore* | Pearls and Irritations | # Traduzido em português do Brasil

Desde 1948, Israel tem invocado o Holocausto para justificar a expulsão forçada de árabes da Palestina para criar um Estado judeu, mas o plano sistemático para a limpeza étnica estava a ser elaborado anos antes por um fanático sionista chamado Yosef Weitz.  

Em novembro de 1940 – oito anos antes da fundação do Estado de Israel – Weitz escreveu

“Deve ficar claro que não há espaço no país para ambos os povos… Se os árabes o abandonarem, o país tornar-se-á amplo e espaçoso para nós…. A única solução é uma Terra… sem árabes. Não há espaço aqui para compromissos… Não há outra maneira senão transferir os árabes daqui para os países vizinhos… Não deve sobrar nenhuma aldeia, nem uma tribo… Não há outra solução.”

Weitz foi “um colonialista sionista por excelência”, escreve o historiador israelita Ilan Pappé. Nascido na Rússia em 1890 e imigrando para a Palestina ainda criança, Weitz se tornaria o influente chefe do Departamento de Liquidação de Terras do Fundo Nacional Judaico (JNF), criado para colonizar a Palestina, comprando terras árabes para os Yishuv (os judeus imigrantes na Palestina antes 1948).

Como chefe do Departamento de Liquidação de Terras, Weitz supervisionou o programa para comprar propriedades de proprietários ausentes e expulsar os arrendatários palestinos de suas terras.  Mas rapidamente se tornou claro que a compra de pequenos lotes de terra não chegaria nem perto da realização do sonho dos sionistas de criar um Estado de maioria judaica na Palestina.

AJUDA PARA A UCRÂNIA

Rahma, Turquia | Cartoon Movement

Os EUA dão 61 mil milhões de dólares em ajuda à Ucrânia.

Portugal | Por todo o país o povo sai à rua para celebrar, defender e afirmar Abril

Nos 50 anos da Revolução dos Cravos, em vários pontos do país, o povo sai à rua. Mais que celebrar, as várias iniciativas têm presente os valores de Abril, os valores do futuro. 

Celebrar, defender e afirmar Abril, este é o mote em todo o país para as várias celebrações populares que vão ocorrer. Mais que sessões evocativas, a adesão popular demonstra que o espírito de Abril continua bem enraizado nas sociedade portuguesa e que, independentemente de uns quantos que desejem um regresso ao passado, há quem lute pelo futuro.

Em Lisboa, o mote «25 de Abril, agora e sempre! Fascismo nunca mais!» serve de convocatória para o tradicional desfile que terá início às 15 horas no Marquês de Pombal e que percorrerá a Avenida da Liberdade. O desfile é organizado pela Comissão Promotora que contém diversas associações, organizações representativas dos trabalhadores, organizações de juventude, entre outras. 

Na capital do país, mas pela manhã, acontece a tradicional Corrida da Liberdade, cuja organização conta com a participação da Federação das Colectividades do Distrito de Lisboa, da Associação das Colectividades do Concelho de Lisboa e da Associação 25 de Abril.

Na cidade do Porto, logo às 10 horas da manhã, na Praça General Humberto Delgado, haverá jogos tradicionais, às 14 horas uma homenagem aos resistentes antifascistas na antiga sede da PIDE e logo depois um desfile que irá do Largo Soares dos Reis até à Avenida dos Aliados, local onde acontecem concertos evocativos da data.

Portugal | REVOLUÇÃO DE 25 DE ABRIL DE 1974

Origem: Wikipédia, a enciclopédia livre

A Revolução de 25 de Abril, também conhecida como Revolução dos Cravos, Revolução de Abril[1] ou apenas por 25 de Abril,[2] refere-se a um evento da história de Portugal resultante do movimento político e social, ocorrido a 25 de abril de 1974, que depôs o regime ditatorial do Estado Novo,[3] vigente desde 1933,[4] e que iniciou um processo que viria a terminar com a implantação de um regime democrático e com a entrada em vigor da nova Constituição a 25 de abril de 1976, marcada por forte orientação socialista.[5][6][7]

Esta ação foi liderada por um movimento militar, o Movimento das Forças Armadas (MFA), composto na sua maior parte por capitães[8] que tinham participado na Guerra Colonial e que tiveram o apoio de oficiais milicianos.[1][9] Este movimento surgiu por volta de 1973, baseando-se inicialmente em reivindicações corporativistas como a luta pelo prestígio das forças armadas,[10] acabando por atingir o regime político em vigor.[11] Com reduzido poderio militar e com uma adesão em massa da população ao movimento, a reação do regime foi praticamente inexistente e infrutífera, registando-se apenas quatro civis mortos e quarenta e cinco feridos em Lisboa, atingidos pelas balas da DGS.[12]

O movimento confiou a direção do país à Junta de Salvação Nacional, que assumiu os poderes dos órgãos do Estado.[13] A 15 de maio de 1974, o General António de Spínola foi nomeado Presidente da República. O cargo de primeiro-ministro seria atribuído a Adelino da Palma Carlos.[14] Seguiu-se um período de grande agitação social, política e militar conhecido como o PREC (Processo Revolucionário em Curso), marcado por manifestações, ocupações, governos provisórios, nacionalizações[15] e confrontos militares que terminaram com o 25 de novembro de 1975.[16][17]

Estabilizada a conjuntura política, prosseguiram os trabalhos da Assembleia Constituinte para a nova constituição democrática, que entrou em vigor no dia 25 de abril de 1976, o mesmo dia das primeiras eleições legislativas da nova República. Na sequência destes eventos foi instituído em Portugal um feriado nacional no dia 25 de abril, denominado como "Dia da Liberdade".

Portugal | HORA DA LIBERDADE, filme -- 25 de Abril de 1974

quarta-feira, 24 de abril de 2024

As fogueiras em que arde a liberdade na União Europeia!

A União Europeia demonstra todos os sintomas de uma estrutura em crise profunda.

Hugo Dionísio* | Strategic Culture Foundation | # Traduzido em português do Brasil

A União Europeia demonstra todos os sintomas de uma estrutura em crise profunda. Tal como outras organizações, no passado, quanto mais tentam passar uma imagem de coesão interna, maiores as fissuras que criam, a partir da exigência, cada vez mais férrea, de cumprimento das regras que tal aparência de coesão exige.

Para conseguir afirmar o seu poder político, Bruxelas é apresentada como um poder, tão distante quanto inatingível, de tal forma superior, que tudo o que dispõe é inquestionável. Colocando-se em tal pedestal, Bruxelas arroga-se de uma sapiência e omnisciência presumida, apostando num processo de comunicação muito bem montado, assente na ideia de um poder acima de todos os outros, acima dos poderes eleitos, acima dos “governos do povo” ”: “A UE disse que…”; “a UE diz que não se pode…”; “o governo pediu à UE que…”; “a UE avisou que…”; “o governo foi obrigado, pela UE, a…” Tudo assim, sem questionamento, crítica ou reflexão. Uma espécie de extensão europeia da teoria da “única nação necessária”.

Se até certa altura, estávamos perante um poder que se impunha por si próprio, que se bastava a si próprio, cuja inatingibilidade era suficiente para desencorajar qualquer ideia contraditória, face à monumentalidade da tarefa que consistia em enfrentar, não um governo, mas “o governo dos governos todos”; Actualmente, Bruxelas deixou de se contentar com essa superioridade ontológica, passando a exigir provas inequívocas de lealdade.

Tal significa que aderir, ou não, à “realidade narrativa” apresentada pela burocracia europeia, há muito que deixou de ser um ato voluntário. A lealdade passou a ser demonstrada pelo vigor e rigor com que se interioriza uma ideologia “comunitária” – a meu ver trata-se mais de uma idolatria. Houve um momento que funcionou como um sinal para a ativação de mecanismos conformadores das opiniões, à “realidade narrativa” emanada da União. Esse momento está situado em 25/02/2022. Mesmo no Covid, embora já se sinta a mão de ferro, na circulação de informação que questiona as vacinas, métodos e políticas desenvolvidas, não auxiliamos, na Europa, à utilização corrente de meios coercivos diretos, para silenciar, condicionar ou responsabilizar quem não aderia à narrativa.

Angola | Todo o Mundo e Ninguém – Artur Queiroz

Artur Queiroz*, Luanda

Os jovens da minha geração colocavam-se em campos diversos. Uns queriam viver tranquilos na ordem colonial. Outros sonhavam com umas férias em Portugal viajando agora e pagando depois na agência de Dona Lacas D’Orey. A esmagadora maioria não tinha qualquer direito, nem a sonhar porque eram negros. Uns tantos, amalucados, sonhavam salvar o mundo, começando por restaurar a Liberdade de Cabinda ao Cuando Cubango e do Lobito ao Luau. Sempre fui mais aventureiro do que outra coisa e por isso alinhei na equipa dos salvadores. Depois de levar porrada de criar bicho, anos a fio, década após década, continuo no mesmo lugar. Burro velho não aprende línguas.

O Teatro serviu-me de linimento para as feridas no orgulho de fracassado. Por indicação do Doutor Lucas, meu professor, mergulhei na obra de Gil Vicente. Poucas vezes o génio humano chegou tão longe. O meu “auto” favorito é Todo o Mundo e Ninguém. Apaixonei-me pelo texto. A paixão foi tão assolapada que mexi os cordelinhos para ser levado à cena no Clube da Terra Nova. Mesquita Brehm era o encenador. Ilídio Alves fazia de Todo o Mundo, um senhor muito rico. Kid Kindumba era Ninguém, um homem andrajoso, pobre. O diabo Belzebu era eu e o diabrete Dinato só aparecia em voz.

O pobre Ninguém pergunta ao ricaço Todo o Mundo: Que andas tu aí buscando? E o ricaço responde enfadado: Mil coisas ando a buscar:/delas não posso achar,/porém ando porfiando/por quão bom é porfiar.

O meu nome é Todo o Mundo/e meu tempo todo inteiro/sempre é buscar dinheiro/e sempre nisto me fundo. O pobrezinho apresenta-se: Meu nome é Ninguém e procuro a Consciência!

Aqui entra o diabo Belzebu com esta fala: Esta é boa experiência/Dinato, escreve isto bem. 

E o diabrete Dinato: Que escreverei companheiro? Belzebu: Que Ninguém busca Consciência/e Todo o Mundo Dinheiro.

Ruanda aplaude lei de deportação britânica e ONU contesta

Ruanda celebra aprovação de lei britânica que permite deportar para o país migrantes ilegais, enquanto ONU e Conselho da Europa apelam ao Reino Unido para reconsiderar, citando preocupações com direitos humanos.

Governo do Ruanda manifestou-se hoje satisfeito com a votação no parlamento britânico do polémico projeto de lei que permite a expulsão para aquele país africano dos requerentes de asilo que entraram ilegalmente no Reino Unido.

"Estamos satisfeitos que o projeto de lei tenha sido adotado pelo parlamento britânico", disse o porta-voz do Governo do Ruanda, Yolande Makolo, num comunicado enviado à Agência France Presse (AFP), acrescentando que as autoridades estão "ansiosas por acolher as pessoas realocadas no Ruanda".

Na segunda-feira, o primeiro-ministro britânico, Rishi Sunak, qualificou a aprovação da legislação que permite a deportação de migrantes ilegais para o Ruanda como uma "mudança fundamental na equação global da migração". 

"A aprovação desta legislação histórica não é apenas um passo em frente, mas uma mudança fundamental na equação global da migração", afirmou, em comunicado.

O Governo britânico anunciou estar confiante que o primeiro voo para o Ruanda possa ser efetuado dentro de 10 a 12 semanas, antecipando múltiplos recursos judiciais.

PREPARE-SE PARA A NOVA OFENSIVA RUSSA

South Front | # Traduzido em português do Brasil

Na noite de 23 de abril, os ataques russos atingiram instalações militares e industriais ucranianas em todo o país. Explosões trovejaram na capital ucraniana e em áreas próximas. Segundo relatos locais, pelo menos um sistema de defesa aérea foi destruído ao sul de Kiev.

Uma nova onda de ataques russos atingiu a infra-estrutura portuária na região sul de Odessa. Os militares russos estão a atacar instalações utilizadas para o fornecimento de equipamento militar da NATO e de outros estados.

Mais alvos militares foram destruídos na região de Kherson, devastada pela guerra.

As forças aeroespaciais russas estão a atacar os militares ucranianos tanto na retaguarda estratégica como na frente. Eles asseguram o contínuo avanço russo em diferentes direções.

O avanço da defesa ucraniana na direção de Avdeevka resultou na perda de controle pelas Forças Armadas da Ucrânia sobre a aldeia estrategicamente importante de Semenovka. Uma bandeira russa já tremula no centro da aldeia, enquanto as operações de limpeza continuam no norte. Parece que nenhuma reserva militar enviada às pressas para a área poderia ajudar os militares ucranianos a salvar o controle da aldeia. Semenovka está localizada nas alturas dominantes no flanco norte da defesa ucraniana na região de Avdeevka. O controlo facilita os ataques russos ao reduto ucraniano remanescente a oeste de Avdeevka e abre caminho para um maior avanço nas alturas em direcção ao grande centro logístico ucraniano de Novogrodovka.

A fase principal da batalha pelo principal reduto ucraniano na direção de Artyomovsk, Chasov Yar, está se aproximando. Os militares russos controlam a fortaleza na parte nordeste da cidade. Por sua vez, as Forças Armadas da Ucrânia estão a equipar rapidamente novas linhas de defesa nas zonas residenciais, bem como nos arredores da cidade. Um dos principais redutos ucranianos na área é o canal Seversky Donets – Donbass, localizado a sudoeste de Chasov Yar. Os militares ucranianos destruíram as travessias do canal durante a batalha por Bakhmut. A barreira natural reforçada com infra-estruturas defensivas e campos minados visa deter os veículos pesados ​​russos.

Em meio às constantes derrotas ucranianas nas linhas de frente em diferentes direções, Kiev está novamente chorando sobre uma próxima ofensiva russa. “Rumores” sobre os próximos ataques russos nas regiões do Nordeste estão a espalhar-se cada vez mais. Os constantes ataques de precisão às infra-estruturas militares e energéticas locais forçam a restante população civil a abandonar a cidade de Kharkiv. Além disso, os militares russos teriam começado a desminar alguns corredores perto da fronteira. Os militares ucranianos destacados nas áreas de Kharkiv e Sumy estão constantemente a bombardear e a tentar ataques terrestres nas aldeias fronteiriças russas. Assim, uma possível ofensiva russa através da fronteira pode criar a zona tampão necessária destinada a proteger o território russo.

Ler/ver em South Front:

Defesa Aérea Ucraniana Esgotada

Não há descanso para o exército ucraniano, nem na frente nem na retaguarda

Nenhuma invenção ajuda a Ucrânia a alcançar vitórias

Manobras OTAN nas fronteiras russas aumentam riscos de incidentes militares - Zakharova

# Traduzido em português do Brasil

MOSCOVO, (Sputnik) - As manobras da OTAN perto das fronteiras da Rússia, programadas para começar na sexta-feira na Finlândia, aumentam os riscos de possíveis incidentes militares, disse à Sputnik a porta-voz do Ministério das Relações Exteriores da Rússia, Maria Zakharova.

"A aliança continua a sua exploração militar prática de um Estado outrora neutro, um participante respeitado nas discussões sobre o fortalecimento da estabilidade e da segurança. As manobras mencionadas perto das fronteiras da Rússia aumentam os riscos de possíveis incidentes militares", disse Zakharova.

A Rússia, por sua vez, está monitorando de perto “as ações agressivas do Ocidente coletivo”, disse ela.

“Sem qualquer dúvida, serão tomadas todas as medidas necessárias de natureza política, militar e técnica para combater as ameaças à capacidade de defesa do nosso país”, disse Zakharova.

Sputnik Globe

Portugal | COMEMORAÇÕES DO 25 DE ABRIL

Cinquenta anos volvidos, Portugal prepara-se para comemorar mais um aniversário da Revolução de Abril. O sentido desta comemoração deve ser bem definido. Hoje já não se pode tratar as suas conquistas como se ainda estivessem em vigor. As principais – nacionalizações, Reforma Agrária, liberdade de imprensa, ... – foram meticulosamente destruídas. Portugal vive agora sob a ditadura do capital financeiro e o seu regime está podre. A fachada formal de democracia que subsiste apenas mascara o essencial.

Assim, as forças políticas que fizeram a Revolução de Abril deveriam hoje denunciar a perda da soberania nacional, monetária inclusive, defender o afastamento da NATO e da UE, denunciar a não aplicação de facto do que ainda resta de bom na Constituição de 1976. Mas se se acomodarem numa institucionalidade apodrecida, se fingirem que a Revolução ainda está em vigor, se se limitarem a discursos auto-congratulatórios, tais forças condenar-se-ão à irrelevância – definharão. O povo português está ansioso por rupturas, deseja-as. Cabe às forças progressistas liderá-las e encaminhá-las no bom sentido. A bandeira das rupturas não deveria ser um exclusivo da extrema-direita.

Por isso, as comemorações dos 50 anos da Revolução de Abril deveriam ter um sentido de resistência e não de comemoração de algo presente. Tal como, no tempo salazarista, os democratas faziam da comemoração da República de 1910 um ato de resistência.

Resistir.info - 18/Abr/24

Portugal | OS HOMENS DA TROIKA


Henrique Monteiro | HenriCartoon

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