sábado, 9 de agosto de 2025

Angola | As Penas do Ditador -- Artur Queiroz

 

Artur Queiroz*, Luanda >

Kindumba! A tua família morreu toda no desastre da Leba. O rapaz começou a chorar convulsivamente, dando chapadas na própria cara. Aí o mensageiro falou a boa nova: Tem calma meu mano! O teu irmão caçula está vivo mas internado nos cuidados intensivos do hospital do Lubango. O flagelado continuou chorando. Um desastre é um desastre, morra um ou mil.  

João Lourenço para Pinochet só lhe faltam as penas. Aqui ao meu lado o Carlinhos diz que homem, mesmo ditador, não tem penas. Nada melhor do que uma criança para encontrarmos o caminho mais curto para a realidade. Hitler exterminou mais seres humanos do que Pinochet, Franco, Mobutu ou Salazar. Mas independentemente do número de vítimas são todos ditadores sanguinários. 

O nosso Pinochet sem penas tem truques de ditador. Métodos de ditador. Índole de ditador. Sangue de ditador. Usa o tribalismo e o racismo como os colonialistas genocidas. Não lhe pesam muitos mortos nas costas e na consciência. Mas é igual aos outros. Espero que até 2027 não o deixem igualar Pinochet também no número de mortos. Começou de carne e osso já é um deus intangível. Pediu os votos para corrigir o que está mal e melhorar o que está bem. Está falar, está estragar! 

João Lourenço Usurpou, usurpou até ser ele o MPLA e o povo angolano. Como trabalha por conta própria, o seu patrão é ele. E gaba-se: O meu patrão é o povo! Um ditador desajeitado, cínico, básico, medíocre. Como todos os outros, mata em nome das suas vítimas! Confisca a liberdade em nome do futuro.

Nesta altura do campeonato já não restam dúvidas. A direcção do MPLA vive ajoelhada aos pés do ditador João Lourenço. Os membros do Executivo não tomam decisões, não exercem. Rezam orações de louvor ao ditador. Os membros do Grupo Parlamentar do MPLA estão numa espécie de purgatório, com o coração nas mãos. A qualquer momento podem sofrer as penas do inferno. E só eles nos podem libertar do ditadorzito. 

À falta de concorrência credível, o homem que para ditador Pinochet só lhe faltam as penas, fez do “combate à corrupção”, uma espécie de golpe palaciano. Estraçalhou o MPLA. Afastou quem tinha experiência e sabedoria. Promoveu a mediocridade e condecorou o oportunismo. Amordaçou o fervor patriótico. Por necessidade existencial, nos últimos 50 anos o melhor que formámos está na Sociedade Castrense. O ditador sem penas ostraciza e abandalha os militares. Já esqueceu 1974, quando foi integrado como “faplinha” no Esquadrão de Artilharia em Cabinda. Os ditadores não têm memória. Fazem tudo para destruir o passado e as memórias de um povo.

Hitler tinha o seu Heinrich Himmler. João Lourenço tem o chefe Miala. Hitler tinha o seu Joseph Goebbels. João Lourenço tem um pelotão de facínoras na propaganda, comandados por Mário Oliveira. Hitler tinha o seu Hermann Göring. João Lourenço usa Manuel Homem como uma marioneta. Hitler mandou incendiar o palácio do Reichstag, sede do Parlamento alemão em Berlim. Acusou os comunistas e a oposição. João Lourenço lançou a rebelião do final de Julho. Para acusar os russos e os que querem mudanças no MPLA e na governação.

Portal “Tribuna de Angola”. Anselmo Agostinho escreveu: “Ameaça Real. Detenção de Agentes de Desinformação e Subversão Russos”. Portal “Ocili News”. O mesmo autor escreveu: “Serviço de Investigação Criminal Desmantela Célula Operacional do Grupo Wagner”. E identifica os detidos como Lev Lakshtanov, comandante da rede em Luanda, e Igor Rachtin. 

Anselmo Agostinho diz que foi “uma medida firme contra a ingerência estrangeira”. Mas também contra o envolvimento de “figuras políticas nacionais” revelando dois nomes que, certamente por acaso, manifestaram publicamente a intenção de protagonizar mudanças políticas no seio do MPLA. Este Anselmo Agostinho não é jornalista. Nunca foi. Não passa de um mialense a soldo. Falso jornalista. Goebbels em acção!

O gato estava escondido mas como deixou o rabo de fora foi fácil perceber quem desencadeou a rebelião no final de Julho e com que fim. Miala e Homem, os acólitos do Ditador da Canata, são mandantes e também executantes. Puseram a funcionar as trombetas da propaganda. Desencadearam acções de intimidação. Agiram como no incêndio do Reichstag. Pegaram fogo ao circo e agora apontam o dedo a políticos que fazem sombra ao senhor que para ditador só lhe faltam as penas. E recebeu um presente valioso. Quando for prestar vassalagem a Donald Trump na Casa dos Brancos, entrega-lhe os escalpes dos russos. Entra logo para a Internacional Fascista com cartão dourado.

O Ditador da Canata não respeita o voto popular. Mas foi eleito. Um bando de equivocados pedir a sua demissão, só o ajuda a prosseguir os seus desígnios. Atacar o senhor que para ditador só lhe faltam as penas através da sua filha ou do pai, só dá trunfos a João Lourenço. 

O Procurador-Geral da República, Pita Grós, é uma peça importante na estratégia ditatorial de João Lourenço. Se o ditador fosse um pavão, ele era uma das penas do rabo. O presidente do Tribunal Supremo, Joel Leonardo, é a crista. Suja-se menos. Os dois destruíram a credibilidade do Poder Judicial. Puseram os Tribunais nas ruas da amargura. Nem os ditadores mais violentos assinavam um Decreto Presidencial para comprar magistrados em nome do combate à corrupção. 

A agência dos Direitos Humanos da ONU considerou a prisão do empresário Carlos São Vicente injusta e o seu julgamento ilegal. Exigiu a sua libertação. As autoridades angolanas ignoraram. Em devido tempo avisei que isso ia ter consequências. Aí estão. No dia seguinte à rebelião do final de Julho, a ONU e outras organizações internacionais, imediatamente exigiram explicações sobre as mortes nas ruas de Luanda e outras cidades angolanas. No mundo onde há alguma decência, ninguém ignora que João Lourenço para ditador só lhe faltam as penas. Quem odeia a liberdade, poder ser tudo mas democrata não é.

Hélder Pita Grós tem o hábito de julgar na praça pública. Tudo mal. Os julgamentos fazem-se nos Tribunais. E ele tem como função acusar. Quando julga, está a usurpar, como acontece nas ditaduras. Sobre as instituições que exigiram explicações pelas mortes durante a rebelião, mais uma vez, desvalorizou. Há sempre um Tribunal de Nuremberga à espera dos ditadores e seus acólitos. Ma até lá fazem mesmo muito mal ao Povo Angolano

*Jornalista

Para as gerações futuras: Eles sabiam. Todos sabiam o que estava acontecendo em Gaza

Caitlin Johnstone* | Caitlin Johnstone.com.au |  # Traduzido em português do Brasil | Vídeo com áudio por Tim Foley, em inglês

Uma nota para as gerações futuras para registro histórico:

Todo comentarista, político e repórter do nosso tempo que afirma não saber o que estava acontecendo em Gaza está mentindo.

Eles sabiam o que estava acontecendo. Sabiam que Israel estava mentindo. Sabiam de tudo.

Eles tinham acesso às mesmas informações que todos nós. Nós os víamos inventar desculpas e ignorar fatos incontestáveis a cada passo do caminho. Não havia absolutamente nenhuma confusão sobre o que eles estavam vendo. Estava tudo às claras.

Não deixe que eles digam que não sabiam. Eles sabiam. Eles sabiam o tempo todo. Marque-os permanentemente com essa vergonha e force-os a carregá-la consigo pelo resto da vida.

Odeio todos os apoiadores do genocídio igualmente, independentemente da religião. Me contar sua religião é como me contar sobre seus sonhos: é completamente desinteressante para mim. Se você apoia um genocídio ativo, você é uma pessoa má que merece ser rejeitada e insultada, independentemente de qual seja sua religião.

É tão incrível como os judeus simplesmente entram com confiança no discurso público sobre Gaza, enquanto enfatizam fortemente sua judaicidade, como se seu apoio ao genocídio fosse de alguma forma especial e diferente do apoio de qualquer outro idiota ao genocídio. Querer matar civis de fome e assassinar crianças em massa faz de você um pedaço de merda, seja você judeu, mórmon, budista ou ateu.

Ninguém se importa com os sistemas de crenças religiosas que você carrega na cabeça enquanto defende o massacre de civis; eles se importam com o fato de você defender o massacre de civis. Ser judeu não lhe dá algum tipo de imunidade mágica contra a obrigação de seguir padrões morais básicos e ser julgado pela sociedade por apoiar uma atrocidade em massa. Não tem nada a ver com nada.

Depois que um denunciante da chamada Fundação Humanitária de Gaza, Tony Aguilar, compartilhou a história comovente de um menino chamado Amir, que se tornou um dos muitos palestinos massacrados pelas forças israelenses enquanto tentava obter alimentos em um posto de assistência, sua família relatou que ele estava desaparecido desde aquele dia e que não sabiam o que havia acontecido com ele. Eles ainda não sabem onde seu corpo está.

O fato de pessoas simplesmente "desaparecerem" em Gaza após serem mortas indica que Israel frequentemente enterra os corpos das vítimas para encobrir suas mortes — algo que já foi flagrado fazendo antes . Esta é uma das muitas razões pelas quais podemos ter certeza de que o número real de mortos é muito maior do que o registrado oficialmente.

Ainda não consigo acreditar que os apoiadores de Israel passaram dias gritando "Israel não está matando crianças de fome, está matando crianças DOENTES de fome!" e acharam que esse era um argumento incrível.

Um lembrete periódico e amigável de que a narrativa de que "Israel bombardeia hospitais porque os hospitais são bases do Hamas" foi desmascarada de forma conclusiva quando soldados das Forças de Defesa de Israel (IDF) foram repetidamente documentados entrando nos hospitais que atacaram e destruindo equipamentos médicos, um por um. O Hamas não é o alvo, mas sim a saúde. Isso foi irrefutavelmente comprovado.

Opor-se ao genocídio de Gaza significou ter sido provado que você estava certo sobre tudo desde o começo, em cada passo do caminho, odiar ter sido provado que você estava certo, e então ter os liberais que ficavam gritando com você por você estar certo, lentamente começando a reconhecer que você estava certo, enquanto ainda encontravam desculpas para odiá-lo por estar certo de qualquer maneira.

Uma nova pesquisa do Instituto Israelense para a Democracia revelou que apenas 6,7% dos judeus israelenses se dizem "muito preocupados" com as notícias sobre fome e sofrimento em Gaza, enquanto 67% afirmam não estar "nada preocupados" ou "nem tão preocupados" com as notícias. Isso significa que aqueles que se sentem razoavelmente bem com a ideia de matar crianças de fome deliberadamente superam em dez para um aqueles que têm uma atitude normal em relação ao assunto.

Pesquisa após pesquisa mostra que os judeus israelenses são um povo horrível quantificavelmente muito mais cruel e imoral do que praticamente qualquer outra população. Chega um ponto em que é preciso parar de pensar que as pesquisas podem estar erradas e enxergar que o único erro real é Israel.

Enquanto isso, o apoio ucraniano à guerra com a Rússia caiu ainda mais, com uma nova pesquisa Gallup revelando que apenas 24% dos ucranianos agora apoiam a continuação da luta até a vitória. Uma supermaioria de 69% agora afirma querer negociações de paz o mais rápido possível.

Sempre que digo isso, sou chamado de criptofascista, vatnik, tankie, agente do Kremlin, amante de Putin, mas a maioria dos ucranianos já queria o fim desta guerra há algum tempo. Neste momento, os únicos que querem mais guerra são os ocidentais, além de alguns ucranianos que vivem longe dos conflitos.

Dizem-nos que o Holocausto em Gaza não pode acabar, e que a guerra que ninguém quer na Ucrânia deve continuar. Somos governados por monstros.

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Este artigo é do  Caitlin Johnstone.com.au  e republicado com permissão.

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sexta-feira, 8 de agosto de 2025

Portugal pede suspensão de plano israelita para Gaza: "Agrava a tragédia"



Rangel, ministro dos Negocios Estrangeiros


"O Governo português está profundamente preocupado com o novo plano do Governo de Israel de ocupação de Gaza"
, afirmou o Ministério dos Negócios Estrangeiros (MNE), num comunicado divulgado na rede social X.

Para o executivo, a decisão do Governo de Benjamin Netanyahu "põe em causa os esforços para o cessar-fogo e agrava a tragédia humanitária" na Faixa de Gaza, onde vivem mais de dois milhões de palestinianos.

O plano, refere ainda o comunicado do ministério liderado por Paulo Rangel, "deve ser suspenso, dar lugar a um cessar-fogo, à libertação dos reféns e à entrada urgente de ajuda".

O gabinete de segurança de Israel aprovou hoje de madrugada uma proposta do primeiro-ministro israelita para a ocupação militar da cidade de Gaza, no norte do enclave.

O plano, que previa inicialmente a ocupação de toda a Faixa de Gaza, foi de imediato criticado por familiares de reféns israelitas, pela Autoridade Nacional Palestiniana e por vários governos.

Trata-se de uma nova fase da ofensiva em curso na Faixa de Gaza desencadeada pelo ataque em Israel do grupo extremista Hamas de 07 de outubro de 2023, com um balanço de dezenas de milhares de mortos e acusações de genocídio.

Notícias ao Minuto | Lusa

Leia Também: Alemanha suspende envio de armas para Israel após ordem para ocupar Gaza


6 e 9 de agosto de 1945: Quem ordenou o bombardeio de Hiroshima e Nagasaki?

Quem mandou um presidente dos EUA bombardear mulheres e crianças com bombas nucleares? Cuidado! Eles podem fazer isso de novo!

Michel Chossudovsky

Este artigo de Jay Janson foi publicado pela primeira vez pela Global Research em 2021. Você pode lê-lo aqui .]

No final da Segunda Guerra Mundial, que conspiração insidiosa de americanos poderosamente influentes pressionou o presidente Truman a ordenar esses dois crimes de guerra nuclear genocidas sem nem mesmo consultar seus principais generais em comando?

Além de terem sido crimes de guerra, tal como o bombardeamento incendiário de cerca de 60 outras cidades japonesas, o bombardeamento atómico de Hiroshima e Nagasaki foram actos de guerra cometidos enquanto a guerra dos EUA era conduzida sob o comando do General Eisenhower e General MacArthur. As duas bombas atômicas foram lançadas sem sua aprovação e sem que fossem informados previamente.

O general Douglas MacArthur, comandante das Forças do Exército dos Estados Unidos no Extremo Oriente, que não foi consultado antes do bombardeio atômico e da destruição de duas cidades japonesas, não viu justificativa militar para o lançamento da bomba.

“A guerra poderia ter terminado semanas antes”, disse ele, “se os Estados Unidos tivessem concordado, como fizeram mais tarde, em manter a instituição do imperador”.[1]

“O Japão já estava derrotado e lançar a bomba era completamente desnecessário”, escreveu o Comandante Supremo Aliado, General Dwight Eisenhower ,[2] “os japoneses estavam prontos para se render e não era necessário atingi-los com aquela coisa horrível”. [3]

Seis anos antes do início da Segunda Guerra Mundial, quando as principais corporações dos EUA começaram a rearmar a Alemanha com a aquiescência, senão o apoio, do governo dos EUA, Franklin Delano Roosevelt , o último presidente aristocrático e rico dos EUA, escreveu ao seu confidente, o Coronel House:

“como você e eu sabemos, este governo tem sido propriedade de um elemento financeiro nos centros de poder desde os dias de Andrew Jackson.”[4]

(Jackson havia sido presidente dos EUA cem anos antes).

FDR certamente quis dizer que ambos sabiam que o governo “de propriedade de um elemento financeiro” incluía todos os três poderes, Legislativo, Executivo e Judiciário, e portanto o Congresso, a Suprema Corte e a Presidência.

Então, depois que Roosevelt morreu, ou foi envenenado [?][5] pessoas, dentro daquele “ elemento financeiro nos centros de poder”, pressionaram o 'Zé Ninguém' Harry Truman a decidir incinerar centenas de milhares de mulheres, crianças e homens japoneses comuns, jovens e velhos, para causar uma impressão nos russos, cujas cidades, em sua maioria, estavam metade em ruínas, entre 26 milhões de cidadãos soviéticos mortos.

E… de acordo com Scott Ritter,[6]

em 30 de agosto de 1945, apenas vinte e quatro dias após a cidade japonesa de Hiroshima ter sido submetida ao holocausto nuclear, e dez dias após Stalin ter ordenado a aceleração do projeto da bomba soviética, o general Leslie Groves, que estava encarregado da fabricação de bombas atômicas, recebeu um documento que listava as cidades e instalações industriais soviéticas, juntamente com um cálculo de quantas bombas atômicas seriam necessárias para destruir cada área alvo (Moscou e Leningrado receberam seis bombas atômicas cada). [7]

Esse " elemento financeiro nos centros de poder", que FDR escreveu que "possuía o governo", estava destinado a ser rotulado como "Complexo Militar-Industrial", que forçaria o presidente Eisenhower a cometer muitos crimes horríveis contra a humanidade no Vietnã, Laos, Congo e Guatemala, e ameaçaria bombardear a Coreia do Norte (cujas 38 cidades já haviam sido bombardeadas).

No ano anterior à Segunda Guerra Mundial, enquanto o fascismo era promovido na Europa, o presidente Franklin Roosevelt descreveu o fascismo nos EUA

Em abril de 1938, enquanto aviões de guerra fascistas italianos e nazistas alemães bombardeavam impiedosamente a Espanha republicana em apoio à revolta fascista, enquanto os EUA, a Grã-Bretanha e a França aderiam à sua política de não intervenção, Roosevelt discursou no Congresso e falou sobre o fascismo nos Estados Unidos da América.

Eventos infelizes no exterior nos ensinaram duas verdades simples sobre a liberdade de um povo democrático. A primeira verdade é que a liberdade de uma democracia não está segura se o povo tolerar o crescimento do poder privado a ponto de se tornar mais forte do que o próprio Estado democrático. Isso, em sua essência, é Fascismo — propriedade do Governo por um indivíduo, por um grupo, ou por qualquer outro poder privado de controlo. … As estatísticas do Bureau of Internal Revenue revelam os seguintes números surpreendentes para 1935: De todas as empresas que reportavam de todas as partes da nação, um décimo de 1 por cento delas possuía 52 por cento dos activos de todas elas;” [8]

Não deveríamos entender o uso de armas nucleares e a constante ameaça de fazê-lo novamente como resultado do fascismo nos EUA? O presidente Roosevelt era contra o lançamento da bomba atômica e buscava negociar um acordo de paz com os russos, que haviam sofrido mortes e destruição tão inexpressivamente grandes com a invasão nazista durante a guerra, antes de finalmente destruírem os exércitos alemães?

Ou devemos entender que os crimes contra a humanidade, incluindo o uso de armas nucleares contra civis nas cidades, foram cometidos pela democracia e sob um sistema democrático de governo?


O ex-procurador-geral dos EUA, Ramsey Clark , filho de um juiz da Suprema Corte, entendeu que todo esse caos genocida não tinha nada a ver com qualquer democracia ou sistema democrático americano:

O ex-procurador-geral dos EUA, Ramsey Clark, sustentou que

“Os Estados Unidos não são uma democracia, são uma plutocracia. O povo não governa nos Estados Unidos. A riqueza governa, as corporações governam. Elas governam o Congresso, elegem o presidente, dirigem o Pentágono. Elas são donas da mídia, que são as vozes da plutocracia”. [9]

Uma "plutocracia" (grego: πλοῦτος, ploutos, "riqueza" e κράτος, kratos, "poder") ou plutarquia é uma sociedade governada ou controlada por pessoas de grande riqueza ou renda.

O termo plutocracia é geralmente usado como pejorativo para descrever ou alertar contra uma condição indesejável, e que as nações podem se tornar plutocráticas por meio da cleptocracia ou da busca de renda.

Cleptocracia, por definição, é o governo de ladrões.

Será que este artigo sobre o aniversário de Hiroshima é sobre ladrões (fascistas) que mandam assassinar em massa seu principal funcionário do governo com armas nucleares, sob a desculpa da grande mídia de forçar a rendição japonesa? Mais urgentemente, os bombardeios nucleares de Hiroshima e Nagasaki não deveriam lembrar ao mundo a contínua atividade extremamente custosa na invenção e fabricação de armas nucleares cada vez mais perigosas e sistemas de lançamento de alta tecnologia, enquanto a mídia criminosa alardeia a necessidade de confronto nuclear com adversários designados: China, Rússia, Irã e Coreia do Norte?

Em 1986, em seu prefácio ao livro do físico nuclear Micho Kaku, "Para Vencer uma Guerra Nuclear: Os Planos Secretos de Guerra do Pentágono", Ramsey Clark descreveu seu governo como um inimigo cada vez mais ameaçador e traiçoeiro da humanidade e seu alerta é mais válido do que nunca.

A psicologia subjacente e consistente dos Estados Unidos, que mantiveram a liderança em capacidade e capacidade de guerra nuclear ao longo destes 40 [agora 76] anos, deve ser compreensível para qualquer pessoa que já tenha conhecido um valentão violento de bairro. O governo dos americanos pretende impor-se através do uso e da ameaça de uso de força superior. Mentirá. Enganará. Matará. Elevará a ameaça e o uso da força ao nível mais alto que ousar. Blefará, por mais perigoso que seja. Fará tudo o que for preciso para dominar. Faz isso diante do fato de que a própria preparação para uma guerra nuclear pode destruir toda a vida. Os planejadores de guerra americanos elaboraram ativamente estratégias para paralisar a União Soviética com nomes reveladores como BROILER, FROLIC, SIZZLE, SHAKEDOWN, DROPSHOT e VULTURE. O número de alvos soviéticos a serem destruídos cresceu de 20 cidades em dezembro de 1945 para 200 cidades em 1949 e para 3.261 alvos no total em 1957. O número de vezes que o uso de armas nucleares foi cogitado pelos americanos é insuportável.

O que dizer de líderes com a acuidade mental e as percepções morais reveladas por essas palavras e ações reveladas? Eles são, na melhor das hipóteses, inimigos da vida sem compreensão. Psicologicamente, eles desconectam todo sentimento pela beleza do planeta — uma rosa, um impala em movimento, a mão de um bebê, um analeto confucionista, uma cantata de Bach, uma parábola de Jesus, peregrinos banhando-se no Ganges, uma multidão assistindo a um jogo de futebol no Rio, o metrô em Moscou, o horizonte de Manhattan. Eles não conseguem pensar ou sentir sobre o significado humano do que fazem.

Um único submarino Trident II pode causar mais mortes do que todas as guerras anteriores da história. Vinte e quatro mísseis, lançados submersos, cada um com dezessete ogivas nucleares manobráveis e com alvos independentes, cinco vezes mais potentes que a bomba atômica que destruiu Nagasaki, podem percorrer 5.000 milhas náuticas para atingir 408 alvos predeterminados a menos de 90 metros de distância. O inverno nuclear pode ocorrer mesmo que nenhuma outra arma seja utilizada.

Nenhuma nação ou indivíduo pode ter o poder de destruir o mundo. Uma necessidade imperativa é a de um público informado e ativo lutando por seu direito à sobrevivência.

Agora, o público deve ser capaz de entender que o "elemento financeiro nos centros de poder" mais perigoso é o poderoso grupo de investidores em guerra, concentrado principalmente na área portuária de Wall Street, na ilha de Manhattan, na cidade de Nova York, e que seu alcance nefasto é mundial.

Testemunhe o aliado da América, o lançamento britânico do seu novo submarino Trident, juntamente com o anúncio de que está a aumentar a sua produção de ogivas nucleares e reivindica o direito de usar armas nucleares sem explicar o direito da Grã-Bretanha de pôr em perigo a vida de todos na Terra e a capacidade da Terra de sustentar a vida.[10]

Este é o nosso atual dilema planetário, mas nenhuma situação, especialmente situações absurdas, dura para sempre. Pessoas adormecidas eventualmente acordam, é claro que nem sempre a tempo, como nos casos da Primeira e da Segunda Guerras Mundiais, cujos preparativos ocorreram diante dos narizes de todos e com uma aquiescência silenciosa e hipnotizante, assim como todos os gastos extremos de recursos em armas nucleares hoje em dia.

Conclusão

Com os recursos financeiros e humanos necessários para a sobrevivência da humanidade dos efeitos do aquecimento global e da degradação planetária, é aparente ou ficará aparente eventualmente que o gasto atual de recursos financeiros e humanos na preparação para a guerra nuclear e nas guerras em andamento pode condenar uma existência futura viável para a maioria da raça humana e seu lar planetário como o conhecemos.

A mídia ocidental monopolizada, supervisionada pela CIA, continua a retratar uma disputa entre democracia, comunismo e socialismo, mas a verdadeira e antiga guerra fria tem sido entre a ditadura plutocrática ou fascismo e o socialismo liderado pelos comunistas.

A lembrança do horror de Hiroshima deve lembrar a todos do perigo e da insanidade do assustador confronto nuclear de hoje, promovido pelo governo dos EUA, aparentemente como algo "normal". Cidades russas e chinesas, bem como cidades americanas, continuam sendo alvos de destruição nuclear.

***

Jay Janson é um historiador de pesquisa de arquivos, ativista, músico e escritor renomado.

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